É hora da decisão. Após um mês e mais de 60 partidas disputadas, Espanha e Inglaterra se enfrentam neste domingo (20), às 7h (de Brasília), valendo o título da Copa do Mundo de futebol feminino de 2023. A equipe vitoriosa sairá de campo com um título inédito.

O Mundial foi marcado por surpresas, como as eliminações de Brasil, Canadá e Alemanha na primeira fase, além da saída do time dos Estados Unidos nas oitavas de final. Porém, as equipes que chegam à partida decisiva estiveram entre as favoritas e mostraram bom desempenho nos gramados da Austrália e da Nova Zelândia.

Expectativas em alta

As seleções vivem climas distintos desde antes do Mundial. Na Espanha, que tem uma das gerações mais talentosas do futebol feminino atual, há muita tensão. Boa parte do grupo de jogadoras tem restrições aos métodos de trabalho do treinador Jorge Vilda, e nada menos que dez delas recusaram a convocação. Mesmo entre as que estão no grupo atual há atletas que não falam com o técnico. De olho no título, tudo isso fica em segundo plano.

"Estamos na final da Copa, já fizemos uma coisa histórica. Já tinha sonhado com isso antes, e não mudaria nada que passamos até aqui. O que estamos vivendo é muito importante, e pra mim não há nada mais importante que conquistar o Mundial com a nossa seleção, nosso país. Vai ser o jogo mais importante da minha vida, de toda minha carreira no futebol", disse ao jornal espanhol Marca a atacante Jenni Hermoso, um dos destaques do time.

Do lado inglês, o time, a comissão técnica e a torcida vivem em lua de mel desde o ano passado, quando o time conquistou o título europeu jogando em casa. Nesta semana, inclusive, o nome da treinadora Sarina Wiegman chegou a ser cotado pela imprensa para assumir a seleção masculina do país. O diretor executivo da Federação Inglesa, Mark Bullingham, não descartou.

"Seria um desrespeito pensar nisso como 'um passo à frente' na carreira dela. Sarina está fazendo um grande trabalho e esperamos que ela continue por muito tempo", disse Bullingham. "Se em algum momento ela decidir trabalhar no futebol masculino, seria algo interessante para ser debatido".

Campanhas até aqui

Time de muito toque de bola, Espanha começou a primeira fase com duas vitórias tranquilas: 3 a 0 sobre a Costa Rica e 5 a 0 sobre Zâmbia. No terceiro jogo, com a vaga nas oitavas de final garantida, o time espanhol foi "atropelado" pela intensidade da seleção japonesa e perdeu por 4 a 0.

Nas oitavas a talentosa equipe espanhola voltou a mostrar a que veio, e fez 5 a 1 na Suíça. Na sequência, teve amplo domínio sobre a Holanda, mas só conseguiu confirmar a vitória na prorrogação: 2 a 1. Por fim, com nova vitória por 2 a 1, sobre a Suécia, garantiu a vaga na decisão.

A Inglaterra, por sua vez, chega invicta ao torneio. Atual campeã europeia, a equipe demorou a engrenar, e conseguiu vitórias magras sobre Haiti e Dinamarca, ambas por 1 a 0. Na última rodada da primeira fase, porém, aplicou uma goleada por 6 a 1 sobre a China.

No início da fase de "mata-mata", as inglesas enfrentaram enorme dificuldade, e só passaram pela Nigéria nos pênaltis, após empate em 0 a 0. Na sequência, o time superou a Colômbia, sensação do torneio, vencendo por 2 a 1. E, nas semifinais, passou pelas donas da casa, as australianas, com vitória por 3 a 1.

Independente de quem for a seleção vencedora, haverá um segundo país em um grupo seleto: até aqui, só a Alemanha conquistou o título mundial de futebol tanto entre as mulheres quanto entre os homens. Os espanhóis venceram a Copa masculina em 2010, e a Inglaterra foi campeã em 1966. Agora, uma delas levantará a taça da principal competição feminina.

A final deste domingo acontece na cidade australiana de Sidney, com arbitragem da estadunidense Victoria Penso. A Globo transmite o jogo ao vivo em TV aberta. O canal por assinatura SporTV e a Cazé TV, no YouTube, também mostram a partida.

Neste sábado(19), em Brisbane, a Suécia venceu a anfitriã Austrália por 2 a 0 e ficou com o terceiro lugar. Os gols foram marcados por Rolfo, de pênalti, e Asllani. Apesar da derrota, o resultado das donas da casa é histórico: pela primeira vez, a seleção australiana fica entre as quatro melhores equipes da competição. 

Edição: Thalita Pires